A importância do melhoramento genético de plantas

A genética e o melhoramento de plantas são duas das principais ciências a serviço do homem que contribui em vários campos de atividades, destaque sobretudo na agropecuária. Com o crescimento populacional surge a necessidade de maior quantidade de alimentos. Nesse sentido, o melhoramento genético de plantas e animais tem contribuído para melhorar o padrão de nutrição da população; ampliar as exportações e reduzir dependência da importação de alimentos e combustíveis.

Entre as diversas contribuições do melhoramento genético de plantas destacam-se o aumento de produtividade e qualidade dos alimentos; a introdução de genes para resistência a doenças e a pragas; resistência às condições adversas de solo e de clima; melhoramento da arquitetura de plantas; redução do porte de culturas como o arroz, permitindo adubação com nitrogênio, e o desenvolvimento de cultivares híbridas com inúmeras vantagens sobre as cultivares de polinização aberta. O Sistema Brasileiro de Avaliação e Recomendação de Cultivares – SNARC, instituído pelo Ministério da Agricultura em 1981, operou até 1997 reunindo, em um sistema cooperativo coordenado pela Embrapa, instituições públicas e privadas, atuando no melhoramento e na produção de sementes. Nesse período, comissões regionais e comissões por produto, compostas por representantes dos diversos segmentos, avaliavam e recomendavam cultivares de maneira colaborativa (CORDEIRO et al., 2007).

Esse sistema colaborativo estendia-se, também, ao trabalho de melhoramento de plantas. A estruturação de um trabalho em rede para experimentar diferentes linhagens e cultivares permitia compartilhar germoplasmas. Uma vez que uma linhagem superior era identificada, ela era disponibilizada para que os demais membros da rede pudessem utilizá-la em cruzamentos com outros materiais de seus experimentos locais (CORDEIRO et al., 2007). A aprovação da Lei de Cultivares revogou a Portaria de 1981, que instituiu o SNARC, extinguindo as Comissões Regionais de Avaliação de Cultivares. O trabalho cooperativo deixou de existir, dando lugar a arranjos competitivos baseados em relações contratuais sigilosas entre as partes. A recomendação de novos cultivares passou a ser responsabilidade exclusiva do obtentor e o germoplasma deixou de ser compartilhado (CORDEIRO et al., 2007).